Reflexões Poéticas
A Arte é uma das manifestações mais eficazes para expressar a identidade de quem a faz. O artista lê o mundo analítica e sinteticamente e se identifica. O seu instrumento poético lhe permite "recriar" o espaço e o tempo a partir da visão e da memória. Para isso ele utiliza a razão e a sensibilidade como ferramentas indissolúveis e simultâneas.
Maria Cheung é uma artista nascida em Hong Kong, formada em educação artística. Desde que a conheço, há mais de dezoito anos, quando veio fazer um curso de Cerâmica comigo, sempre buscou suas raízes culturais, procurando na história as bases de sua identidade. Os primeiros trabalhos já traziam as marcas ancestrais como nos vasos que fazia, onde a impressão dos dedos e das mãos criavam texturas e relevos muito semelhantes aos encontrados em utensílios dos primórdios da cerâmica chinesa.
No trabalho "TAO K'UN", exposto e premiado no 53° Salão Paranaense de Artes em 96, os signos, símbolos e mitos chineses foram referenciados nos discos, peças que produziram belíssimas instalações. As formas básicas utilizadas nesse trabalho dão a dimensão da cultura chinesa, que captou com clareza as bases da existência e sua relação com as formas da natureza.
Seguiram-se a esse trabalho outras reflexões sobre a cultura chinesa como a dos pés que trata da liberdade e dos hábitos alimentares mencionados principalmente nos peixes embrulhados em jornal.
Maria Cheung sabe, como todos os artistas lúcidos, que a identidade cultural é fundamental para uma viagem longa. E garantia básica para um trabalho de fôlego. Ela vem, desde o início, determinada nesse propósito: construir as bases fundamentais para o seu trabalho.
Nesta exposição "Fósseis de Mim", Maria Cheung fala de si e de suas relações com o mundo com coragem de quem enfrenta a solidão do auto-conhecimento e os caminhos áridos, mas gratificantes, do resgate de suas raízes. É um trabalho confessional que adquire maior interesse porque faz parte de uma reflexão poética sobre sua identidade e sobre a cultura chinesa, tão pouco conhecida por nós.
Com Maria Cheung podemos, de alguma maneira, nos relacionar com o gigante do berço da cultura oriental que é a China.
Poetic Reflections
Art is one of the most efficient manifestation to express the identity of the one who made it.
The artist reads the world in an analytic and synthetic way and identifies therself. Her poetic instrument allows her recreate time and space, starting from the vision and memory. For this, she uses reason and sensibility as simultaneous tools.
Maria Cheung is an artist who born in China, graduated in arts . Since eighteen years ago when I first met her( came to study ceramic whit me). She´s always been seeking her cultural roots, looking for her identity in history. Her first works, brought already the ancestor marks, as seen in the vases she made, where the impression of her fingers and hands created textures and reliefs very similar to the ones found in utensils of the primords of the Chinese pottery.
In her work`` Tao Kun´´, exposed and prized on 53*Salão Paranaense de Artes, in 96, the chinese signs , symbols and myths were referred in the disks, pieces that produced wonderful installations. The basic shapes used in this work give the dimension of the Chinese culture which she capted with clarity the basis of existence and its relationship with the forms of nature.
Following this work, other reflection about the Chinese culture come as the feet, that deal about freedom, and about the feeding habit, mentioned specially in the fish wrapped in newspapers..
Maria Cheung knows, as all the lucid artists, that cultural identity is fundamental for a long trip. It´s a basic guarantee for a lasting work. She´s been determined to this since the beginning of her work: construction the fundamental basic for her work.
In the exhibition ``Fossil of Me´´, Maria Cheung tells about herself and her relationship with the world, with the courage of someone who faces the loneliness of self-knowing and the arids, but gratifying ways of the rescue of her roots. It´s a confessional work that gains a bigger interest because it´s part of a poetical reflection about her identity and the Chinese culture, that we barely know.
With Maria Cheung we can, in some ways, be connected with the giant in the cradle of eastern culture, that is China.
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