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Por Ângela Almeida


NUI


Com uma aparência delicada e tímida, Maria Cheung foi mostrando seus trabalhos e logo estávamos falando a mesma língua, isto é, a da sua arte, que traz uma dimensão da cultura chinesa e fala de um feminismo universal. Persistindo na dialética entre o local (a China em que nasceu) e o global, entre o sujeito (ela mesma) e o objeto (seus pés moldados), entre o real e o imaginário, Maria provoca, expõe o desejo feminino.

Na sua obra, imagem, forma e matriz são figuras, não no sentido figurativo , mas na acepção que Lyontand atribui ao “figural”, isto é, pertencente à ordem dos sentidos. Nas meias finas transparentes, em ligas pretas a calçar os pés brancos, explode uma energia que se move no espaço – tempo sem fronteiras do inconsciente e realça-se a libido na procura de satisfação do desejo. A dimensão estética de sua obra pertinente aos sentidos é essencialmente poética e visceralmente feminina.

Esta não é uma exposição de quadros , objetos que possam ser adquiridos. Esta é uma exposição onde a arte assume a sua especificidade como linguagem , e as idéias de tradição e cotidiano são expostas em uma nova territorialidade, incorporada de materiais e procedimentos dos mais diversos, que se transforma em algo temporal, que os tornam mais próximos da vida humana e das contingências reais.

Temos assim o prazer de trazer a Natal essa peculiar e instigante obra de Maria Cheung.

Ângela Almeida

Diretora do NAC - Núcleo de Arte e Cultura da UFRN

Nui

With a delicate and timid appearance, Maria Cheung started showing her works, and soon we were speaking the same language, that is, the language of her art, which brings a dimension of the Chinese Culture and translates a feminine universe.

Insisting on the dialectic between the place (China, where she was born) and the universe, between the subject (herself) and the object (her molded feet) between the real and imaginary, Maria incites, exposes the feminine desire.

In her work, image and matrix are figures, not in the figurative sense, but in the sense that Lyontander attributes to the “figural”, that is, belonging to the order of senses. In the thin and transparent stockings as well as in the black ones, which dress the white feet, an energy that moves in the space blows up – time without boundaries of the unconscious and the libido is stood out in the search of desire satisfaction. The aesthetic dimension of her work is essentially poetic and viscerally feminine.

This is not a painting exhibition nor objects that can be purchased. This is an exhibition where the art takes over the specifics as language, and the traditional and everyday ideas are exposed in a new environment, consolidated with material and different procedures, which turns them into something temporal and brings them closer to the human life the real contingencies.

We, therefore, have the pleasure to bring to our state this peculiar and instigate work by Mari Cheung.

Ângela Almeida

Diretora do NAC - Núcleo de Arte e Cultura da UFRN

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